Novidade: Orelha de Livro

sexta-feira, junho 28, 2013

Pra não dizer que abandonei o blog, olá!
Minha vida tem estado uma loucura devido ao semestre de TCC na faculdade. Minhas colaboradoras estão no mesmo barco que eu: na correria. Então vocês podem imaginar o caos...
Peço desculpas pela ausência e pela falta de conteúdo publicado aqui - mas tenham certeza, não foi por mal.
Volto para informar uma coisa muito legal. Hoje recebi um e-mail e uma mensagem no facebook do diretor executivo do site Orelha de Livro, uma rede social feita para os amantes de livros/leitura. Ele convidou o We're The Dreamers para participar do site na parte de "Top Blogs", onde ele vai ter um destaque e um espaço todo especial para divulgação. Segundo ele, o site considerou o blog como um dos blogs de literatura mais legais da web, o que é, de verdade, muito especial e gratificante. Se dedicar a alguma coisa e saber que seu "trabalho" é reconhecido é sempre muito bom. Por isso, o convite foi aceito com o maior prazer e estaremos participando desse espaço tão legal que nos foi oferecido. :)
Quem puder conferir o site, vale a pena. Funciona como uma estante virtual, onde você pode adicionar os livros que já leu, os que quer ler e os que está lendo, além de selecionar seus favoritos e acompanhar feeds de blogs e dos seus amigos do facebook! Clique aqui para entrar no site, conhecer e entender um pouquinho mais.
E ah! O Orelha de Livro também disponibiliza um widget bem legal pra colocarmos no blog e mostrarmos nossos livros favoritos. Para quem quiser saber, os meus estão na barra lateral! ;)

Críticas.

Especial: Switched at Birth

terça-feira, abril 30, 2013

Switched at Birth é um seriado americano que estreou em 2011 e que agora encontra-se em sua segunda temporada. A colaboradora Ni Merlin traz um especial contando um pouco sobre a história da série.

Durante uma aula de biologia, Bay Kennish (Vanessa Marano) faz seu teste de tipologia sanguínea e “sem querer” descobre que seu sangue é totalmente incompatível com o de seus pais.
Ao questioná-los sobre o ocorrido, John Kennish (D.W.Moffet) e Kathryn Kennish (Lea Thompson), pais de Bay, vão a um laboratório fazer o teste de DNA e descobrem que a filha foi trocada na maternidade. 

Os Kennish são a família perfeita. O pai John é um ex-jogador de beisebol e construiu sem patrimônio com o dinheiro dos jogos. John é dono de um lava-rápido e a família mora no bairro mais chique da cidade. Kathryn é dona-de-casa e vive em função da família. Toby Kennish é o filho mais velho, muito parecido fisicamente com a mãe e é músico. Bay, a caçula de 15 anos, tem a pele branca como a “mãe”, mas cabelos e olhos escuros como a noite.
Após a descoberta, John e Kathryn vão procurar a família que ficou com sua filha biológica. Conhecem Regina Vasquez (Constance Marie), a mãe biológica de Bay Kennish, que mora no subúrbio “spanish” da cidade junto com a mãe Adriana (Ivone Coll) e a filha Daphne (Katie Leclerc). Regina é uma alcoólatra em recuperação e cabeleireira e está sendo despejada por não ter dinheiro pra pagar o aluguel de onde moram.

Kathryn e John resolvem ajudar Regina e ao mesmo tempo juntar as famílias para que cada um possa conhecer e conviver com as respectivas filhas biológicas. Eles convidam Regina e a família para morar na casa de hóspedes. É claro que Regina aceita.

Daphne é ruiva e de olhos claros como os Kennish. Ela foi abandonada pelo “pai”, Angelo Sorrento (Gilles Marini) que acreditava que Regina tivesse um caso com outro, pois Daphne não se parecia nada fisicamente com nenhum dos dois. Viveu desde os três anos de idade com a mãe e com a avó. Quando pequenina, teve meningite e por causa de um medicamento ficou surda. Daphne é capaz de se comunicar com todos os ouvintes, mas precisam estar de frente pra ela, para que ela possa fazer a leitura labial. Também se comunica por linguagem de sinais.
Bay é branca como a neve e de cabelos e olhos pretos. Como Regina e Angelo, seus pais biológicos. Também tem o dom de fazer arte, herdado pela genética dos Vasquez.
A história conta o dia a dia das famílias convivendo e aprendendo com a situação. Aprendendo a cultura de cada um e dificuldades dos dois lados. Processar o hospital? Quem é o culpado por tudo isso? Será que as mães querem desfazer a troca? Como será a vida sabendo que o bebê que cada uma carregou está na sua vida de volta agora, depois de 15 anos?
O que mais me toca nesse seriado é que os autores trazem pra nossa realidade não só a questão da troca de bebês, mas muito da cultura dos surdos. Como eles são mais do que capazes e que quem coloca limites e trata surdez como uma incapacidade somos nós, ouvintes.
Na segunda temporada, o episódio 09 intitulado "Uprising", em minha opinião, foi o melhor até agora. Uma lição de vida pra qualquer pessoa. Diria até que foi um “sacode” pra nós ouvintes acordarmos pro mundo. 
Uma vez escutei de um colega bombeiro que a linguagem de sinais era diferente em cada país e que ele não ia fazer questão de aprender. Acho muito importante saber a linguagem de sinais para qualquer ocasião. Depois desse seriado, minhas aulas práticas de Libras (Língua Brasileira de Sinais) estão valendo cada segundo.
Essa série foi criada pela rede de TV americana ABC Family e nasceu em junho de 2011 com seis episódios. Sucesso garantido, a série tem trinta episódios na primeira temporada e está no décimo episódio da segunda temporada.

Críticas.

Resenha - A Última Música

quinta-feira, abril 18, 2013

Título Original: The Last Song
Autor: Nicholas Sparks
Número de páginas: 400
Lançado no Brasil pela editora Novo Conceito


Aos dezessete anos, Verônica Miller, ou simplesmente Ronnie, vê sua vida virada de cabeça para baixo, quando seus pais se divorciaram e seu pai decide ir morar na praia de Wrightsville, na Carolina do Norte. Três anos depois, ela continua magoada e distante dos pais, particularmente do pai. Entretanto, sua mãe decide que seria melhor para os filhos passarem as férias de verão com ele na Carolina do Norte. O pai de Ronnie, ex-pianista, vive uma vida tranquila na cidade costeira, absorto na criação de uma obra de arte que será a peça central da igreja local. Ressentida e revoltada, Ronnie rejeita toda e qualquer tentativa de aproximação dele e ameaça voltar para Nova York antes do verão acabar. É quando Ronnie conhece Will, o garoto mais popular da cidade, e conforme vai baixando a guarda começa a apaixonar-se profundamente por ele, abrindo-se para uma nova experiência que lhe proporcionará uma imensa felicidade – e dor – jamais sentida. Uma história inesquecível de amor, carinho e compreensão – o primeiro amor, o amadurecimento, a relação entre pais e filhos, o recomeço e o perdão – A ULTIMA MÚSICA demonstra, como só Nicholas Sparks consegue, as várias maneiras que o amor é capaz de partir e curar seu coração. 

Resenha por Ni Merlin.

Chorei de soluçar. Parei de ler porque não enxergava de tantas lágrimas nos olhos. Parei porque doía no coração. E voltei a ler no instante que consegui respirar e secar os olhos. Meu marido me perguntou se era triste, por que estava lendo? Só consegui responder: “Porque é FANTÁSTICO”.

O livro conta a história de Ronnie (apelido de Verônica), uma adolescente de 17 anos que é obrigada pela mãe a passar as férias de verão na casa no pai, que vive numa praia no litoral da Carolina do Norte. Ronnie não fala com o pai há três anos. Odeia tudo o que diz respeito ao que faziam juntos, rejeita inclusive o piano, onde compunha e tocava músicas com o pai que era seu professor.

Ela chega com o irmão Jonah de 10 anos na casa do pai e logo mostra que está odiando cada segundo por estar naquele lugar. Jonah, ao contrário da irmã, mostra-se receptivo com o pai e quer aproveitar cada segundo com ele.

Ronnie sai pra passear pela praia e é claro que acaba topando com o cara mais popular da cidade durante um jogo: Will. Jogador de vôlei, corpo bronzeado e perfeito, sorriso lindo, mecânico e voluntário do Aquário, Will é o cara cobiçado por todas as mulheres. Ronnie o odeia só por isso.

Ao tentar salvar um ninho de tartarugas, Ronnie liga para o Aquário da cidade e adivinha quem vem ajudá-la? Will. Em meio a pequenas discussões, nasce um amor delicioso entre os dois. Amor posto à prova diversas vezes. Amor que renasce pela família, pela música e por Will. Amor que depois de reconstruído com o pai, vai fugindo por entre os dedos de Ronnie como areia. Ronnie descobre que o pai tem uma doença em estágio terminal.

Como aceitar perder o amor? Amor morre com a separação? Morre com uma doença? O que fazer pro amor não ir embora e ser eterno? Uma música.

Pronto, estou chorando de novo só por escrever sobre o livro. Se você vai chorar também? Não sei. Mas garanto que o autor consegue tocar muito fundo na nossa alma. Faz a gente pensar que o orgulho não vale a pena. E vale a pena ler, vibrar e se surpreender com os erros humanos - que qualquer pessoa pode cometer.

Fantástico. Romântico. Demais.

Críticas.

Resenha - Artemis Fowl: O menino prodígio do crime

segunda-feira, abril 08, 2013

Título Original: Artemis Fowl
Autor: Eoin Colfer
Número de páginas: 286
Lançado no Brasil pela editora Record









A série narra a história de um charmoso anti-herói: Artemis Fowl, um garoto de 12 anos e único herdeiro do clã Fowl, uma lendária família de personagens do submundo, célebres na arte da trapaça. Artemis tem o maior Q.I. da Europa e uma frieza perceptível, usando essa inteligência fora do comum para fins muito pouco nobres. 

Resenha por Ni Merlin.

Artemis Fowl II é o filho único e menino prodígio da família milionária Fowl. Depois do desaparecimento do seu pai com uma parte do dinheiro da família, Artemis II, usando uma tecnologia de ponta, consegue descobrir um submundo onde vivem fadas e duendes, e com a ajuda de seu fiel escudeiro Butler consegue capturar uma fada em estado de miséria e embriaguez junto de seu segredo mais profundo: o Livro.

Com intuito de reconstituir a fortuna dos Fowl, Artemis II trama um sequestro de um ser mágico para que possa pedir o resgate em “ouro das fadas” ou o famoso pote de ouro dos duendes, que segundo a lenda dos humanos, fica no final do arco-íris. Durante a execução do plano, Artemis II acaba capturando a Capitã Holly Short, da LEPrecon (unidade de elite da polícia do submundo das fadas e duendes) para garantir o sucesso tão esperado. O que o menino não espera é ser surpreendido por um batalhão da polícia com goblins, duendes, trolls , fadas e centauros. Armas de alta potência e parada temporal são alguns truques que o submundo tenta usar para derrubar o plano do menino e resgatar sua Capitã.

Artemis está confiante que pode vencê-los, sempre estando um passo à frente das criaturas, mas muitas vezes é surpreendido e apesar de toda a magia, os seres mágicos também apelam para o não cumprimento obrigatório de seu “Livro”.

O livro Artemis Fowl: o menino prodígio do crime é o primeiro livro da série Artemis Fowl escrita por Eoin Coler.

Gostei particularmente de como o autor consegue usar lendas do nosso dia a dia, como pote de ouro de duendes e papai Noel na história. Fiquei na expectativa de ainda mais ação do personagem principal, Artemis Fowl, mas acabava por recordar que ele é um garoto de 12 anos e garotos dessa idade não fazem nem metade das coisas que o gênio da história faz. Uma leitura fácil que realmente faz a gente imaginar que sim, pode ser possível que exista um “pote de ouro no fim do arco-íris”. 

Críticas.

Resenha - Quem é você, Alasca?

segunda-feira, março 25, 2013


Título Original: Looking For Alaska
Autor: John Green
Número de páginas: 229
Lançado no Brasil pela editora WMF Martins Fontes



Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras — e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, engraçada, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez. Quem é você, Alasca? narra de forma brilhante o impacto indelével que uma vida pode ter sobre outra. Este livro incrível marca a chegada de John Green como uma voz importante na ficção contemporânea.

Enrolei para escrever a resenha sobre "Quem é Você, Alasca?" por diversos motivos. Primeiramente porque me apaixonei pela escrita de John Green e quis deixar a poeira baixar um pouco antes de expressar a minha opinião sobre o livro, para ser o mais justa possível. Eis que já li diversos livros depois e o meu amor pela história e pelo autor não diminuiu nem um pouco, então resolvi que é melhor falar de uma vez: por que tão intenso, John Green?

Miles é um garoto normal, com uma vida normal, que está enjoado de toda essa normalidade e resolve que precisa achar um sentido para a sua vida - sair em busca do seu Grande Talvez. Muda-se então para o colégio interno onde seu pai havia estudado, o Culver Creek, no Alabama. Pela primeira vez em sua vida, consegue fazer amigos de verdade. Pela primeira vez, consegue sentir-se incluso. E pela primeira vez, tem seu mundo virado de pernas para o ar por uma garota.

O Gordo - apelido que Miles ganha de seus novos amigos Coronel, Alasca e Takumi - é viciado em últimas palavras e tem guardado na memória tudo o que grandes personalidades disseram antes de seu "suspiro final". Antes de entrar para o novo colégio era um menino tímido, sem amigos e vivia em seu próprio mundo particular. Conforme vai se acostumando com o novo cenário a sua volta e as novas pessoas inclusas em sua vida, o garoto muda, tornando-se extrovertido e perdendo seus medos, mas sem perder sua personalidade.

Alasca Young - a garota que faz Gordo trocar os pés pelas mãos - é totalmente seu oposto. Destemida, extrovertida, divertida, questionadora, maluca e diferente: ela não se parece com ninguém que ele houvesse conhecido antes. Apaixonada por livros, deseja encontrar uma saída do labirinto (alusão as últimas palavras de Simón Bolívar, encontradas no livro "O General no Seu Labirinto", de Gabriel García Márquez). Se há uma palavra para descrever Alasca, essa palavra é intensa. Ela realmente vive, ela realmente sente. Nas palavras de Miles:

"Se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão."

Coronel é o garoto com pose de machão que divide o dormitório com Gordo, o que faz com que os dois tornem-se melhores amigos. Ele preza, acima de tudo, a lealdade entre amigos, e é o rei dos "trotes" e "pegadinhas" do colégio. Sincero, desbocado, um pouco maluco e um líder nato. Ele é exatamente o tipo de pessoa que Miles precisava como amigo para alcançar as mudanças que gostaria de ter em sua vida, e isso facilita muito a aproximação dos dois, formando uma dupla inseparável.

Outros personagens importantes aparecem no decorrer do livro e fazem única a experiência de Miles na Culver Creek. Entre eles estão alguns outros amigos, alguns "inimigos" e professores, e cada um contribui de uma maneira especial na história. 

Por ser um livro que tem como cenário o ambiente escolar e trata da história de adolescentes que ainda são de certa forma imaturos, tudo te faz pensar que a leitura será boba e que não vai lhe acrescentar nada. Mas é aí que a magia de John Green acontece. Por estarem desvendando a vida, por terem tantos questionamentos e por estarem no auge das descobertas - deles mesmos e do mundo -, os personagens apresentam pontos de vista incríveis, que te fazem refletir muito mais do que você poderia ter imaginado. Sem falar nas aulas de religião a quais os jovens assistem (onde estudam o islamismo, o cristianismo e o budismo, sendo ministradas por um professor que de tão velho, já não consegue nem respirar direito), que fazem com que Miles e você, leitor, desenvolva toda uma nova filosofia. Se não isso, pelo menos te faz pensar e questionar a vida e suas inúmeras questões.

"Quem é você, Alasca?" é, sim, de certa forma, um livro sério. Te faz rever conceitos e vivenciar situações da vida de uma maneira diferente. Mas não se pode descartar o humor típico de John Green, que faz com que livro também seja leve e muito engraçado. Você com certeza irá se divertir com as encrencas nas quais os adolescentes se metem e dar muitas risadas com os trocadilhos e besteiras ditos por Coronel e Miles. Por estar dividido entre o antes e o depois, junto da contagem dos dias, você simplesmente não consegue parar de ler, aflito para saber qual será o evento que dividirá a história.

Já tinha ouvido falar muito bem desse livro antes de lê-lo, o que me fez desejá-lo loucamente, e acabei ganhando como um dos meus presentes de aniversário do ano passado. Posso dizer que foi uma das leituras que mais me fizeram refletir, apesar de parecer superficial. Recomendo e arrisco dizer que esse é daqueles livros que você precisa ler em momentos diferentes da sua vida, diversas vezes, pois com certeza encontrará significados e aprendizados diferentes, além de respostas para suas próprias perguntas.


Críticas.

Resenha - As Vantagens de Ser Invisível

terça-feira, março 19, 2013

Título Original: The Perks Of Being a Wallflower
Autor: Stephen Chbosky
Número de páginas: 223
Lançado no Brasil pela editora Rocco




Cartas mais íntimas que um diário, estranhamente únicas, hilárias e devastadoras - são apenas através delas que Charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. Enveredando pelo universo dos primeiros encontros, dramas familiares, novos amigos, sexo, drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito, o roteirista Stephen Chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola, um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. Uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude.


Resenha por Rejane Santos.

Eu ganhei o livro de presente quando o filme já havia estreado no cinema. No momento, eu estava finalizando uma leitura, então, tive que adiar a leitura imediata. Quando se vive em meio a esse ambiente de internet, você está sempre em contato com as novidades e eu estava achando um esforço muito bonito o meu de fugir das tentações provocadas pelos downloads do filme, fotos promocionais e cenas transformadas em gifs que estavam sendo jogados na minha cara a cada instante. Eu apenas senti que eu precisava ler o livro, antes de ver o filme. Eu sempre prefiro assim. E acho que entre todas as vezes que eu optei por ler antes de ver, foi uma das vezes que eu achei que acertei mais.


A Vantagens de Ser Invisível é um livro curto, tem 223 páginas e a constituição dele é muito confortável e simples. Charlie, o personagem principal e narrador de sua própria história, escreve cartas para nós, leitores, contando suas experiências no início de seu segundo ano do ensino médio. Na verdade, ele divide as experiências, afinal Charlie nunca esteve tão sozinho. Por causa do impacto da morte recente do melhor amigo e o trauma de infância da morte da tia, Charlie tem os aspectos emocionais muito afetados, chegando a ficar agressivo por instintos de proteção. Ele passa, então, a receber atenção especial na escola. 

O professor de inglês, Bill, recomenda uma leitura por semana e encomenda um trabalho de resenha sobre os livros que Charlie lê, a fim de fazer com que ele sinta-se mais a vontade para participar da vida. Durante essas atividades, Charlie confessa que tem dificuldade com a organização das suas próprias ideias. Eu escrevo como eu falo, ele diz. Essa é uma característica muito presente, quando se pensa que Charlie vai falar uma coisa, ele interrompe o pensamento. Quando pensa que ele vai retomar, ele diz algo que você não estava esperando. É mais um elemento da confusão que é a cabeça de Charlie.

A partir do momento em que Charlie se encontra com Patrick e Sam e se torna amigo deles e do grupo de amigos deles, o livro tem outra temática. Deixa de ser um livro voltado para os pensamentos mais sombrios do protagonista, frutos de sua solidão, para ser uma explosão de cores e novas sensações. O mais curioso de todo o envolvimento de Charlie com seus amigos veteranos é que ele mantém a inocência na narração, mesmo diante de um universo de sexo, drogas e rock and roll que ele não conhecia.

Esse contato com os amigos provoca em Charlie descobertas em sua vida, relacionamentos, contato social e noções de comprometimento e parceria. Ele é apaixonado por Sam, mas respeita a sua condição de amigo dela, sem esquecer de seu sentimento e sem perder esperança de que um dia eles possam estar juntos como um casal. No entanto, apesar de viver a vida intensamente, Charlie ainda possui suas inseguranças e a qualquer momento seus pensamentos atormentadores vêm à tona.

O livro e o filme tem parâmetros diferentes e ter a oportunidade de ler e assistir é a melhor pedida. O livro completa o filme e traz alguns aspectos importantes, como a relação de Charlie com a sua família e com seus próprios medos. 

O título do livro é justificado nas ações de Charlie. Por mais segredos, confissões, situações adversas que cruzassem o caminho dele, ele era compreensivo o suficiente para não julgar, agir com o seu coração e assim, manter suas relações com a família e suas amizades fortalecidas. Isso o fazia mais forte, aproximava as pessoas e assim ele se nomeava infinito.

"You see things. 
You keep quiet about them. 
And you understand. 
You're a wallflower."

Coluna da Rê.

Glee - Girls (and Boys) on Film

domingo, março 10, 2013


A Coluna da Rê acontece semanalmente, trazendo resenhas e críticas sobre as séries que assiste, principalmente Glee.
A coluna dessa semana traz os comentários sobre o episódio 15 da quarta temporada de Glee. Importante: contém spoilers.



Resenha: Glee 4x15 – Girls (and Boys) on Film.

Iniciando hoje os trabalhos pra contar pra todo mundo o desenrolar dos últimos sete episódios da série (: A começar por esse que prestou homenagem a números musicais em filmes, como eu já havia antecipado no Especial da Temporada.


A ideia de realizar esse tributo parte de um sonho de Mr. Schue. Ainda afetado pelo abandono no altar, ele se vê recriando a cena de You’re All The World To Me (do filme Royal Wedding) ao lado de Emma. Não é a primeira vez que é mencionado que o professor adora filmes antigos e que isso impacta diretamente em seu humor, vide The Substitute (2x07). Então, no outro dia ele propõe uma tarefa envolvendo números musicais em filmes ao Glee Club, ele justifica dizendo que alguns problemas do dia a dia podem ser amenizados ao se assistir a um filme preferido. Se dá início à competição anual de mash-ups do New Direction, meninos contra meninas performando músicas de seus filmes preferidos a caráter.
Dadas as coordenadas, aparece a primeira cena de Will com Finn, onde eles falam de Emma. Finn aconselha Will a procurar saber onde ela está e lutar por ela, uma vez que desde o casamento ninguém sabe de seu paradeiro. No entanto, Will segue a premissa de que quando Emma estiver pronta pra retomar as coisas, ela vai retomar e só então, ele vai fazer alguma coisa para salvar o relacionamento deles. Então, Finn decide que é preciso que ele faça alguma coisa para ajudar. Ele conversa com Sue, que foi a última pessoa em contato com Emma no dia do casamento, mas ela não sabe dizer onde Emma está. Então, ao conversar com Artie, eles chegam à conclusão de que a melhor forma de descobrir sobre Emma é perguntando aos pais dela onde ela está. Artie e Finn estão vestem perucas ruivas e criam o Clube dos Gingers, para convencer os pais de Emma de que precisam de um contato da moça, porque o clube está sem um líder e eles precisam de Emma para que os ruivos retomem suas vidas em paz na escola. É assim que se descobre que Emma está passando uma temporada com a irmã.
Mudando de cenário e temática, encontramos um New Direction que decide aproveitar o momento de performances de filmes, para realizar um número juntos e dar o pontapé inicial para a competição entre equipes. Depois de uma pequena discussão de gêneros, onde as opiniões pareciam não se encontrar, Blaine propõe que a performance escolhida seja de Shout (do filme Animal House) e meninos e meninas saem dançando e performando por toda a escola: corredores, salas de aula, biblioteca e refeitório. Shout foi a performance de número 500 da história de Glee e foi muito comemorada por todo o cast e crew. Confira:

Críticas.

Resenha - PS: Eu Te Amo

quarta-feira, março 06, 2013

Título Original: Ps: I Love You
Autora: Cecelia Ahern
Número de páginas: 368
Lançado no Brasil pela editora Novo Conceito








Gerry e Holly eram namorados de infância e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry morre, deixando-a devastada. Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua nova vida sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.
Conheci a história de Ps: Eu Te Amo há alguns anos atrás, bem antes do filme ser lançado e o livro ter ganhado o reconhecimento merecido do público. No entanto, conheci o livro por meio de uma fanfiction adaptada, e naquela época o livro ainda não havia sido traduzido (sei que, antes do lançado pela Novo Conceito, houve outra tradução, mas acredito que nem essa existia). Por não ler em inglês muito bem antigamente, deixei a leitura de lado, esperando até que - SURPRESA! - o filme foi lançado e Ps: Eu Te Amo teve seu boom merecido. Na verdade, o livro ainda demorou um pouquinho para ser trazido ao Brasil, mas chegou. Melhor tarde do que nunca, não é? Mas vamos ao que interessa...

Ps: Eu Te Amo é uma narrativa feita em terceira pessoa e fala sobre a vida de Holly Kennedy após a perda de seu marido, Gerry.  Uma morte prematura, causada por um tumor no cérebro, leva seu grande e eterno amor e deixa a jovem devastada. Como toda e qualquer pessoa que perde um ente querido, Holly já não tem mais vontade de viver e isola-se em sua casa, longe da família e dos amigos. Afinal, ela vivia pelo marido e ambos eram extremamente unidos. Já não precisava trabalhar, pois largou o emprego para cuidar de Gerry, e sentia como se nenhum dia possuísse motivo suficiente para fazê-la levantar-se da cama e cuidar de si mesma, deixando até de comer e tomar banho - coisas que já não eram mais tão simples.

Em uma das ligações "de rotina" que sua mãe lhe faz, para checar se está tudo bem, Holly descobre que um pacote foi deixado para ela na casa dos pais, com o título "A Lista" acima de seu nome. Depois de uma brincadeira que se originou em uma festa de fim de ano com os amigos, Gerry havia, de fato, deixado à ela a tão preciosa lista. O que há no pacote são doze envelopes, cada um contendo o nome de um mês, e uma carta - essa instrui Holly a seguir as regras que lhe serão dadas através de cada envelope, um por mês, durante um ano. Gerry quer, por meio de suas dicas e bilhetes, ensinar Holly a viver sem ele.

Holly resolve seguir tudo o que os bilhetes de Gerry lhe dizem, mês após mês, na tentativa de mantê-lo "vivo" pelo máximo de tempo possível. Ao decorrer do livro, podemos notar sua lenta evolução - com muitas recaídas - na busca de um novo sentido pela vida. Também conhecemos a engraçada e envolvente família de Holly - formada por seus pais, uma irmã, três irmãos, cunhadas e sobrinhos -, assim como seus amigos, que também possuem um papel muito importante na trama. Apesar de ter uma história um tanto dramática e triste, o livro também tem seus momentos engraçados e suas aventuras. 

Obviamente, um livro que tem como um dos principais focos a morte não é sempre tão fácil de ser lido. Alguns momentos mais pesados e de drama da personagem principal causam certa tristeza e angústia, mas é normal, porque simplesmente faz parte da vida. É natural. Não se podia esperar que ela perdesse o amor de sua vida e fosse apenas mais um romance feliz. E é isso o que eu mais gosto no livro: a realidade. O quão bem a autora conseguiu mostrar a dor da personagem e mostrar que não, não é fácil superar, mas é possível continuar vivendo - mesmo que mal por muito tempo. E, é claro, o amor: tanto de Gerry para com Holly, que mesmo em seus momentos finais importou-se em fazer com que ela fosse feliz, quanto de Holly para com Gerry, que demonstra o tempo inteiro que daria tudo para tê-lo de volta, mesmo com os tantos momentos de discussão. E o amor de sua família e de seus amigos, que são seus grandes pilares de sustentação nesse momento tão delicado.

Apesar do livro estar quase que inteiramente focado em Holly, cada personagem possui uma história diferente e todas são mostradas claramente, te deixando envolvido por cada uma delas. É possível se acostumar com os cenários, que são muito bem descritos, e você sente como se também vivesse em Dublin, na Irlanda, local onde se passa a trama, tamanha a familiaridade. Você também pode se identificar com os sentimentos das personagens, que vão muito além de somente a perda (e pode contar com um rio de lágrimas, também).

Cecelia Ahern escreveu Ps: Eu Te Amo com apenas 21 anos e é de impressionar a forma como conseguiu ter uma narrativa tão doce, envolvente e fluída para contar uma história tão difícil. Ela consegue fazer com que o leitor sinta exatamente o que pretendia com o romance.

Vale dizer que a adaptação cinematográfica do livro possui uma história bem diferente, apesar de manter a mesma base. Ainda assim, também é linda e vale a pena assistir. Para mim o livro é mil vezes melhor, mas você irá se emocionar com ambos.

Ps: Eu Te Amo é uma lição de vida e traz uma moral muito importante: a de que mesmo as piores situações podem resultar em algo bom, e de que sempre vale a pena seguir em frente e não desistir. Com certeza, um dos meus favoritos. Leitura recomendadíssima.

Especial - 4ª Temporada de Glee

quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Quem aqui gosta de Glee?! A série se tornou uma das mais famosas no mundo jovem nos últimos anos e continua ganhando fãs a cada episódio. É impossível que você nunca tenha ouvido sequer um cover feito por eles. O cast já até se apresentou em um evento do presidente Obama! Demais, não é?
Glee já está em sua quarta temporada e a colaboradora Rejane traz para o blog um especial sobre os últimos 14 episódios, contando sobre todas as mudanças e surpresas que estão acontecendo na série.
Vale a pena conferir!
Obs: o especial contém spoilers.

And that’s what you missed on Glee…


Acreditem, para uma fã de carteirinha da série como um todo, resumir 14 episódios em um texto só, sem ficar cansativo, é uma coisa completamente impossível. Porque caso vocês não saibam eu amo escrever e amo escrever sobre o que eu amo. Portanto, passaria facilmente o meu dia escrevendo sobre cada um dos episódios e fazendo suposições à respeito dos próximos rs Mas ok, aceitei a missão de resumir e é isso que eu vou fazer aqui.
Primeiro, o que vocês precisam saber é: Glee é uma série sobre adolescentes dos mais variados tipos que encontram na música uma forma de se interligarem, se divertirem e abrirem a si mesmos para o aproveitamento das coisas boas da vida. Durante as primeiras três temporadas, a história focou-se no cotidiano, vida e paixões de membros de um clube do coral, liderado por um professor com pouco incentivo e apoio do diretor da escola. Ao participarem das competições de corais ao decorrer dos anos, quer ganhando ou perdendo, eles vão adquirindo confiança e ultrapassando barreiras para convencerem a si mesmos e a todos de que são capazes de muitas coisas quando se mantém unidos. O desfecho da terceira temporada foi justamente a tão sonhada e aguardada vitória no torneio Nacional, a formatura dos Seniors e a conclusão da jornada de Rachel Berry rumo à Nova York.
A quarta temporada de Glee começou, então, com um desafio grandioso e uma proposta interessante: mesclar os agora dois núcleos centrais da história (Ohio e Nova York) e interligá-los por meio de paralelos, apresentando ao público, fiel aos personagens originais, novas caras. Dessa forma, manteria-se a essência da série, voltada para o Glee Club e seu cotidiano e ainda assim, seguiríamos acompanhando os desafios de Rachel, a grande protagonista. 
E foi isso que tivemos até agora. Seja através de uma ideia em comum, de uma das tarefas propostas no Glee clube, de um musical, de um evento ou um feriado, de uma temporada de términos de relacionamentos, de uma temporada de renascimento de relacionamentos terminados ou até mesmo por conta das histórias individuais de cada personagem, New York e Ohio estão sempre interligadas, as vezes mágica e milagrosamente, mas na maior parte do tempo, é um laço natural.
Para a sequência da temporada é necessário situar todo mundo nos acontecimentos. Para não acabar fazendo um texto enorme, colocarei alguns muitos pontos importantes e totalmente fora de ordem cronológica que aconteceram até agora.

Críticas.

Especial - My Mad Fat Diary

domingo, fevereiro 24, 2013

My Mad Fat Diary estreou esse ano e já chamou a atenção de muita gente. A colaboradora Rejane escreveu uma resenha sobre o pilot (primeiro episódio) e fala um pouco sobre somo a série deve seguir.
Leia abaixo também uma breve sinopse:







Situada na década de 1990, a história de My Mad Fat Diary acompanha a vida de Rae (Sharon Rooney), uma jovem obesa de 16 anos que vive em Lincolnshire com sua mãe excêntrica (Claire Rushbrook). Recém saída de um hospital psiquiátrico, ela se vê jogada em um mundo no qual não se sente à vontade.
Logo ela faz amizade com Chloe (Jodie Comer), uma jovem que não conhece o passado de Rae. Ela a apresenta para sua turma, que acolhe Rae à sua maneira. Sem perder o bom humor e sua crença no amor, Rae tem como principal objetivo perder a virgindade. Seu alvo é o jovem Archie (Dan Cohen).



Comecei a assistir a essa série por uma imposição cruel do meu meio de convivência. De repente várias amigas começaram a assistir e a comentar e sempre que isso acontece é chato ficar de fora e não assistir também, no Tumblr (minha segunda casa, praticamente) os blogs que eu sigo também começaram a reblogar gifs e fazer comentários positivos e até meus ídolos já estão aderindo, já era hora de experimentar e ver qual é a da série.

Confesso que não cheguei a ler outras resenhas e que ainda não sei muito sobre a história, sei de alguns detalhes futuros por causa desse contato com pessoas que já assistiram antes, mas não é nada que comprometa minhas surpresas com as resoluções, por isso meus comentários serão altamente pessoais. Escrever sobre a série para o blog me parece ideal, afinal, vou poder comentar os episódios um a um, a medida que eu for assistindo e sem a mínima ideia do que pode acontecer depois. (:

Eu gosto de escrever bastante e sinto que até por causa da quantidade pequena de episódios, não vou me limitar a escrever pouco. Até conhecer bem a série é melhor estar atenta aos detalhes, se for necessário diminuir os caracteres, o farei com certeza.

Críticas.

Resenha Crítica - As Aventuras de Pi

domingo, fevereiro 24, 2013

As Aventuras de Pi foi um dos filmes que assisti nessas férias que mais me encantaram. Aproveitando que hoje acontece a 85ª premiação do Oscar - do qual As Aventuras de Pi foi indicado a 11 categorias -, deixo para vocês a resenha crítica de uma amiga que aceitou colaborar com o blog, Domitila Gonzalez.

Título Original: Life of Pi
Direção: Ang Lee
Roteiro: David Magee
Distribuidor: FOX Filmes
Ano de produção: 2012



Pi Patel (Suraj Sharma) é filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento devido à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. A ideia é se mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para reiniciar a vida. Entretanto, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando devido a uma terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala chamado Richard Parker.

Fazer uma crítica envolve coisas muito maiores do que simplesmente dizer se foi bom ou se foi ruim, independentemente da linguagem. Fazer um filme também.
Fazer uma crítica envolve falar sobre escolhas – e aí sim, dizer se há coerência ou não. Fazer um filme também.

Começo, então, dizendo que As Aventuras de Pi se apresentou para mim como um filme de boas escolhas. E aí, se a história é verdadeira ou baseada em fatos reais, se é original ou plagiada, aqui não me importa.
Por quê?

Porque, diferentemente do que penso sobre o longa Os Miseráveis, essa sim foi uma história bem contada.
Por que raios uma fedelha acha que a história de um menino indiano que perde a família num naufrágio e acaba por ficar à deriva com um tigre até encontrar o continente foi mais bem contada do que um dos livros mais importantes do mundo?
Porque as escolhas foram coerentes com o que a história se propôs a contar.

Primeiro, estamos diante de um filme que contém uma simplicidade no que diz respeito ao formato do roteiro. Nada que não tenhamos visto antes: um homem contando sua história, flashback para as lembranças, flash para o mundo atual, novamente.

Depois, logo no início, entramos em contato com o escritor (Rafe Spall, Um dia; 2011) que já nos oferece o dado de que existe algo de extraordinário com Pi Patel (Irrfan Khan,  Quem quer ser um milionário?; 2008). Ou seja: já sabemos o que vai acontecer.  E é diante disso que reforço: não importa o que vai ser contado, mas como vai ser contado.

Utilizando-se de efeitos visuais e recursos em 3D, além de 4 tigres de bengala revezando-se no papel de Richard Parker, o roteiro simples acaba tornando-se muito bem amarrado.
Embalada pelas canções de Mychael Danna – que tem em seu currículo a trilha de filmes como Capote (2005) e Pequena Miss Sunshine (2006) – e conduzida pela direção sensível de Ang Lee (O Segredo de Brokeback Mountain, 2005), a história de Pi Patel emociona e chega ao espectador como uma fábula que se ouve antes de dormir.

O enredo é repleto de simbolismos que caminham principalmente no território da religião, se levarmos em conta que o protagonista procura por algo em que acreditar desde pequeno, passando por várias crenças orientais e ocidentais, até se encontrar.

“É uma história que o fará acreditar em Deus”, dizem ao escritor. Partindo daí, se resgatarmos a história da Arca de Noé e o dilúvio, encontramos semelhanças tais como a própria tempestade e o fato de os animais terem embarcado no navio cargueiro junto com a família de Pi.

A fotografia excepcional do chileno Claudio Miranda – que já nos havia presenteado com as belíssimas cores de O Curioso Caso de Benjamin Button (David Fincher,2008) – reforça a ideia de sonho, intensificando a imersão do espectador, que se vê extasiado com baleias e peixes voadores, fins de tarde alaranjados e tempestades assustadoras.

É mais do que mais um filminho pra curtir o sábado à noite. É um filme de belas escolhas, escolhas justas e coerentes.

As Aventuras de Pi foi indicado a 11 categorias no Oscar e merece ser visto pela qualidade de produção cinematográfica e capacidade de encantamento presente nas coisas simples. Afinal, não é todo dia que encontramos um tigre chamado Richard Parker.

Confira o trailer:

Esta crítica foi originalmente postada no site Cinemascope, e se encontra clicando aqui.

Finalmente, o retorno!

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Pois é, pois é. O We're The Dreamers está, finalmente, de volta.
Preciso confessar que, desde que criei o blog, meu ânimo com ele veio diminuindo gradativamente. O problema é que a faculdade me ocupou um tempo absurdo, e eu acabei tendo tempo só para ler e assistir minhas séries, mas não para escrever sobre. Não que meu tempo tenha aumentado: estou em ano de TCC! Mas a vontade de escrever finalmente foi maior.
Durante toda essa minha pausa eu senti falta de escrever, sim; como nunca! Mas quem tem blog sabe o quão difícil é manter e cuidar desse espaço. É preciso muita dedicação. E, se fosse para fazer algo mal feito, preferia não fazer. Então decidi dar um tempo e voltar quando pudesse.
Agora, com a ajuda das minhas colaboradoras - antigas e novas, digam oi a Nina e a Ingrid! -, estarei tentando manter o blog sempre atualizado. Vocês já podem conferir três posts novos: a resenha de Fazendo Meu Filme, feita pela Ingrid, e a resenha de Jogos Vorazes e o Especial de Dawson's Creek, feitos pela Nina. Deem uma lida. Estão incríveis! E logo em breve estarei colaborando com resenhas também.
O que me deixou muito animada para voltar foi o fato de que, mesmo sem atualizar durante muito tempo, continuei recebendo e-mails pedindo parceria e demonstrando carinho pelo blog. Fico muito feliz em saber que tem gente que realmente lê e se importa com o que é postado aqui.
E é isso. Estamos de volta, people!

Especial.

Especial: Dawson's Creek

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Esse é o primeiro especial sobre séries do We're The Dreamers, escrito pela Ni. Nesses especiais, vocês poderão conhecer mais sobre séries que já chegaram ao fim, ou ainda aquelas que ainda estão em andamento. Espero que gostem!

Dawson´s Creek foi um seriado criado entre 1998 – 2003, de gênero drama-adolescente com maior êxito nos Estados Unidos. Deste seriado saíram famosos atores como Katie Holmes, James Van Der Beek e Joshua Jackson. A série foi tão bem sucedida que chegou à ser exibida em vários países, incluindo o Brasil em duas grandes emissoras de TV aberta e sendo reprisado por canais de TV à cabo.
Capeside é uma cidade litorânea e nela moram três amigos de infância: Dawson (James Van Der Beek), Joey (Katie Holmes) e Pacey (Joshua Jackson).

Dawson é um adolescente que sonha em ser um grande diretor de cinema. Viciado em filmes antigos e fã de Steven Spielberg, tem uma vida tranquila ao lado dos pais, aparentemente apaixonados e que o apoiam em todas suas decisões, ainda mais sendo filho único. Sua melhor amiga é Joey – apelido de Josephine Potter - que mora do outro lado do rio e tem passe livre para entrar no quarto de Dawson à qualquer horário do dia ou da noite, por uma escada de alumínio que fica ao lado da casa. Ela é a parceira de Dawson pra tudo e normalmente dorme com frequência na casa dele. Joey é secretamente apaixonada por Dawson, mas tenta agir com maturidade para não perder a amizade dele, coisa que mais estima.

Joey é órfã de mãe, que faleceu de câncer quando ela era pequena, e seu pai está preso por tráfico de drogas. Mora com a irmã mais velha e precisa trabalhar como garçonete para sobreviver, e sonha em um dia sair de Capeside, para estudar numa grande universidade.
Pacey é o melhor amigo de Dawson. Filho do delegado da cidade, adora arranjar confusão e odeia a escola. É um galanteador e sempre dá um jeitinho nas coisas para conseguir o que quer. Parceirão de Dawson, nas duas primeiras temporadas, implica com Joey e sabe que, no fundo, ela é apaixonada por Dawson.

A história começa com Dawson produzindo seu primeiro filme independente, tendo os melhores amigos como os atores principais. Logo no início do seriado, chega uma menina nova na cidade – Jen Lindley (Michelle Williams) - que, de cara, leva o coração de Dawson, para desespero de Joey. Jen é uma menina descolada que foi “jogada” em Capeside pelos pais para morar com a avó, pois foi encontrada bêbada, drogada e tendo relações sexuais na cama dos pais em Nova York. Dawson fica realmente encantado com Jen, e ainda mais surpreso por saber que ela não era mais virgem, dando-lhe uma possibilidade de ir além de um namorinho qualquer.
Joey não aceita de forma alguma a chegada de Jen e fica com um ciúme doentio pelo amigo estar, literalmente, babando pela recém chegada, que ainda ganha o papel de "mocinha" no filme de Dawson. 

Aos poucos, as duas meninas vão ficando amigas. Entre brigas e tentativas de chamarem a atenção de Dawson, amores e desamores aparecem na história entre os quatro amigos. Ao longo dos episódios, eles terão que aprender a se relacionar e solucionar problemas do cotidiano. Mesmo com a relação entre amigos e namorados, a série surpreende bastante com a maturidade dos adolescentes.


Particularmente, fiquei apaixonada pela série da 3ª temporada em diante. O autor soube como prender a atenção dos expectadores e fazer com que torcessem pelos seus personagens favoritos e seus relacionamentos, até chegar à um final que - nossa! -  me deixou sem fôlego. Surpresas e novos personagens aparecem durante as temporadas para acrescentar novas histórias e conflitos à esse seriado, onde milhões de adolescentes vibraram por anos. 





Resenhas de livros.

Resenha - Fazendo meu filme

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Título: Fazendo meu filme - A estréia de Fani
Autora: Paula Pimenta
Número de páginas: 336
Lançado pela editora Gutenberg




Tudo muda na vida de Fani quando surge a oportunidade de fazer um intercâmbio e morar um ano em outro país. As reveladoras conversas por telefone ou MSN e os constantes bilhetinhos durante a aula passam a ter outro assunto: a viagem que se aproxima.
“Fazendo meu filme” nos apresenta o fascinante universo de uma menina cheia de expectativas, que vive a dúvida entre continuar sua rotina, com seus amigos, familiares, estudos e seu inesperado novo amor, ou se aventurar em um outro país e mergulhar num mundo cheio de novas possibilidades. 
Resenha por Ingrid Kohler.

Apaixonante, encantador, jovem e emocionante são as palavras perfeitas para definir "Fazendo meu filme". Sendo um dos melhores livros que eu já li, a série apresenta quatro livros - cada um melhor que o outro - deixando um gostinho de quero mais. Eu já li os quatro livros, mas vamos começar pelo começo...

Tudo gira em torno da personagem principal: Estefânia, mais conhecida como Fani. Tendo 16 anos e morando em Belo Horizonte, ela é o típico de uma adolescente: tímida, apaixonada e MUITO sonhadora. É viciada em músicas, filmes e pretende realizar um dos seus maiores sonhos: fazer seu próprio filme. Mas para alcançar esse desejo e virar um cineasta, Fani enfrenta vários desafios. 

Cursando o 2º ano do ensino médio, Fani tem uma família, um professor de biologia - por quem ela é apaixonada -, e seus melhores amigos que sempre estão com ela. Ao surgir a oportunidade de fazer um intercâmbio, a vida de Fani muda de uma hora para outra: a distância de um de seus melhores amigos, Léo, a faz perceber as coisas de um jeito diferente, deixando-a confusa. Diante de conflitos, dúvidas e incertezas, Fani faz de tudo para continuar em busca de seus sonhos. 

Se você se identificou com as características da personagem, por ser uma adolescente tímida, apaixonada e sonhadora, "Fazendo meu filme" é o livro PERFEITO pra você. Pode ir até a livraria mais próxima e comprá-lo; garanto que você não irá se arrepender!
O que foi meu caso, que me identifiquei de uma forma onde cheguei a pensar que era eu ali, vivendo a vida da Fani. Era um capítulo atrás todo outro, um acontecimento atrás do outro. Não dava para parar de ler! Para mim, uma das coisa que mais chamou a atenção foi que, no final de cada capitulo, tem um trecho ou a fala de alguém de algum filme real. 
Quando acabei o primeiro livro da série, corri para comprar o dois, o três e o quatro (último), e fiquei super chateada de ter parado por aí. Mas logo me empolguei, pois a autora Paula Pimenta publicou recentemente  que "Fazendo meu filme 1" vai para os cinemas! Uhul! Uma poltrona na pré-estréia com certeza já é minha! 

Obrigada por ler a resenha e espero que tenha se empolgado para ler o livro. E obrigada Paula Pimenta, por ter identificado a Fani com a maioria das adolescentes.  

Resenhas de livros.

Resenha - Jogos Vorazes

quinta-feira, fevereiro 21, 2013




Título Original: The Hunger Games
Autora: Suzanne Collins
Número de páginas: 397
Lançado no Brasil pela editora Rocco



Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?
Resenha por Ni Merlin.

Criado em 2008 pela escritora Suzanne Collins, “The Hunger Games” é um romance perfeito para qualquer idade.

A história começa contando como a América do Norte foi praticamente extinta e se transformou em Panem, que é composta de 13 Distritos mais a Capital, que administra tudo. No passado não muito distante, o Distrito 13 se rebelou contra a Capital e, supostamente, perdeu a guerra e todas as pessoas foram mortas. A Capital, para mostrar seu poder extremo e para que não haja mais nenhum levante, cria os Jogos Vorazes, onde todo ano é escolhido um garoto e uma garota entre 12 e 18 anos de cada Distrito para disputar uma guerra dentro de uma arena planejada, até sobrar apenas um vitorioso. Uma verdadeira carnificina transmitida pela TV para todos os Distritos obrigatoriamente. Porém, os únicos a apreciarem os Jogos Vorazes são os moradores da Capital, onde os jovens nunca participam dos Jogos Vorazes. Para eles, os Jogos são uma tradição e eles preferem passar dias pintando seus corpos e vivendo de moda e glamour, diferente de todos os Distritos que passam fome.

A escritora conta a vida de Katniss Everdeen, uma garota de 16 anos que perdeu o pai numa explosão da mina de carvão onde trabalhava e que teve que assumir as tarefas de casa, como caçar ilegalmente para manter a mãe e a irmã mais nova, Primrose, vivas. Katniss é uma ótima caçadora e tem um melhor amigo maravilhoso: Gale. Parceiros de caça, um sabe simplesmente sentir o outro pela respiração (isso é mega romântico). Um é o refúgio do outro. Simples assim.

No dia da Colheita, como é chamada a seleção dos tributos que serão sorteados para participar dos Jogos, Primrose é sorteada para ser o Tributo do Distrito 12 e Katniss, como irmã superprotetora, se oferece como voluntária em seu lugar.

Peeta Mellark, o filho do padeiro, é o tributo masculino sorteado para ir com Katniss para a arena. Ele também tem 16 anos e estuda na mesma escola. Ele ajudou Katniss no passado, oferecendo pão quando ela estava quase morrendo de tanta fome.

E é aí onde nossos maiores sonhos românticos começam: arena, aceitação de morte iminente, nasce a amizade de Katniss e Peeta e surgem personagens fantásticos como Haymitch, o mentor e único vitorioso do Distrito 12 que está vivo - e que virou um alcoólatra -, e Cinna, o estilista que surpreende a todos com trajes com efeitos especiais.

Os vinte e quatro tributos são treinados na Capital para irem combater na arena. Também na Capital são feitas apresentações dos tributos, com trajes elegantes e apresentações na TV. Assim, cada dia que passa eles são avaliados para serem escolhidos e conseguirem patrocinadores.

Katniss tem em seu favor a habilidade de arco e flecha, mas nenhuma habilidade em fazer amigos. Já Peeta não é levado muito à sério, e ninguém acredita que ele possa sair um vitorioso dos jogos, mas se garante em conquistar a atenção do público de toda Panem. Em um programa de TV, Peeta, ao ser entrevistado, conta sobre seu amor secreto por Katniss, tornando assim a ida deles para a arena um espetáculo ainda mais grandioso. Os moradores da Capital deliram com o triste romance dos “jovens desafortunados”.

Katniss, apesar de não amar Peeta de verdade, acaba aceitando viver o romance forjado - que acaba dando certo. Quanto mais a entrega de Katniss à esse suposto romance, mais os patrocinadores querem mantê-la viva. E assim ela vai vencendo os jogos e também se apaixonando de verdade por Peeta. Em meio à facadas, explosões e mortes, o romance vai crescendo e os leitores torcendo para que o casal fique junto. Ainda fica aquele apertinho no coração por ver Gale assistindo os beijos de Katniss e Peeta, pois ele realmente não esperava que sua amiga e provável cara metade fosse se entregar à outro, mesmo na arena onde pode morrer. Parece fácil contando assim.

A leitora proporciona uma riqueza de detalhes que prende a nossa leitura num grau fantástico. Duvido que você, leitor, vai conseguir deixar o livro de lado. Pelo menos você que gosta de romance.
O livro é de fácil leitura, eu diria. Fácil porque quando você percebe, já acabou e quer a sequência numa velocidade surpreendente. E quem não quer viver uma história de amor? Quem não quer ser amado até o último dia da sua vida?

Divirtam-se com “The Hunger Games”.

Nota da Dani: Concordo com tudo o que a Ni citou, e só queria deixar aqui expressa minha opinião, mesmo que um pouquinho. Para mim, é impressionante perceber a crítica social do livro, que aborda a sociedade do espetáculo, a disputa de poder e a falta de justiça. E nos faz pensar: será que algum dia a sociedade poderia regredir tanto e chegar ao ponto de matar crianças inocentes apenas para demonstrar poder e superioridade? Leitura altamente recomendada.

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