Resenha - Struck by Lightning

terça-feira, agosto 26, 2014

Título Original: Struck by Lightning
Autor: Chris Colfer
Número de páginas: 222
Lançado no Brasil pela Editora Benvirá

Carson Phillips está – graças ao bom Deus – no último ano do colégio e prestes a realizar um dos maiores sonhos de sua vida: estudar jornalismo na Universidade de Northwestern e deixar a pequena cidade de Clover e sua família problemática para trás. Mas, para isso, precisa sobreviver ao último ano, parar de questionar a autoridade dos professores e do diretor e, o que é mais importante, convencer seus colegas a participar de uma revista literária, que ele acredita ser seu passe de entrada para a universidade. Como esperado, nenhum estudante – além de Malerie, sua fiel escudeira – se interessa em colaborar. E, já que ninguém vai por bem, Carson é obrigado a usar de meios um tanto reprováveis. Munido dos segredos obscuros dos alunos mais populares do colégio, Carson e Malerie iniciam uma caçada para conquistar colaboradores. Engraçado e inteligente, "O diário de Carson Phillips" mostra o dia a dia “das trincheiras” – como Carson chama os corredores do colégio – e traz à tona, de maneira espirituosa, as relações complexas, e muitas vezes hilárias, que acontecem dentro das escolas.
Resenha por Rejane Santos.

É sempre bom organizar as ideias e se motivar a escrever, criticar e resenhar aquilo que se gosta, então, escolhi recomeçar meus trabalhos aqui no blog comentando sobre "O Diário de Carson Philips (Struck By Lightening)". Mais uma vez resenhando um livro de cartas, aqui estou eu!

Bom, essa vai ser uma crítica híbrida, digamos assim, porque o livro e o filme se completam: o livro só existiu porque o filme existiu primeiro; é uma adaptação que passou do cinema pro papel. O livro é curtinho, tem 222 páginas e o filme não passa de uma hora e meia, mas não pensem que duração e quantidade baixa de páginas tira a complexidade da história. Por trás de toda a discussão central do personagem que almeja se tornar um jornalista de sucesso, existem pequenos detalhes que fazem toda a diferença para a construção psicológica da história e que acarreta no desfecho dela. Sou tão envolvida com essa história que é até difícil pensar em resenhá-la sem achar que me esqueci de comentar algum detalhe, sabe? Mas vou tentar mesmo assim!

"Era uma vez. Era uma vez um garoto. Era uma vez um garoto que queria voar. Era uma vez um garoto que voou."

Carson Philips é um adolescente precoce. Ele vive em Clover, uma cidade pequena, mas sonha em sair do interior e conquistar seu espaço em New York. Lá ele sabe que será jornalista e editor da revista New Yorker, porque é seu único plano em mente. É almejando este sonho que Carson faz o que pode para sobreviver às peculiaridades dos habitantes de Clover e para presidir o clube de redação, que é uma das piadas da escola. Chegando o período de admissões das faculdades, Carson recebe a notícia de que seu trabalho no clube de redação não conta como experiência para a faculdade que ele sonha em cursar, então, ele é incentivado a criar uma Revista Literária. Com exceção de Malerie, sua fiel escudeira, Carson tem poucas pessoas com quem contar para fazer com que este plano dê certo e já está se conformando a desistir ou a fazer tudo por si mesmo, quando descobre um segredo: dois meninos se beijando no banheiro da escola. Ele os surpreende e promete não contar nada a ninguém, contanto que eles escrevam periodicamente alguma coisa pra ser publicada por ele. Abrindo o leque de opções, Carson resolve investigar e procurar os segredos mais nefastos dos seus colegas mais populares e assim, chantageá-los, fazendo com que sua Revista Literária saísse do papel, e assim, admitir-se na faculdade. Durante esse período de chantagens, Carson descobre o melhor e o pior em si mesmo, vê toda a escola que antes o zombava, temê-lo, e suas opiniões fortes serem levadas em consideração. E é basicamente essa a história central do livro: como Carson vai se organizar pra conseguir terminar essa revista Literária? Quais foram os segredos que ele descobriu para chantagear as pessoas? As chantagens deram certo ou ele acabou se prejudicando com isso? Ele vai conseguir entrar pra faculdade? Tudo isso valeu a pena?

É claro que como eu já havia antecipado, existe outro lado das discussões, porque longe da escola, Carson precisa lidar com sua família desestruturada. A avó sofre de Alzheimer e está internada numa clínica. As vezes ela se lembra de Carson, mas na maior parte das vezes, não. A mãe é alcoólatra, viciada em remédios e inconformada com a separação. O pai - totalmente ausente - está prestes a se casar novamente, mas não pode oficializar o pedido porque a ex-mulher não assinou os papéis de divórcio. Todas as histórias e o envolvimento de Carson com os personagens são abordados de uma forma dinâmica no filme, já que existe uma interação maior dos adultos. A omissão de alguns temas devido ao formato de escrita (um diário) é a importância de se ler o livro e de se assistir o filme: um completa o outro. O livro conta as experiências de Carson e o que ele vivencia, logo, as interações da mãe com o pai, por exemplo, ficam claras apenas pelas percepções dele, não são detalhadas. As cenas finais da mãe, de impacto profundo, também não são descritas no livro, porque ocorrem num momento em que Carson não está presente para contar. Aliás, uma salva de palmas pra cena final, porque fico arrepiada só de lembrar: chorei a minha vida nessa cena!

Outra coisa MUITO importante e determinante é que no livro a ordem cronológica é obedecida, já no filme, o ponto crucial e desfecho da história é mostrado antes do desenvolvimento da história, logo no primeiro minuto. Acredito que nos dois casos, o espectador/leitor se surpreende. Por mais anti-herói que o Carson fosse, ninguém desejaria que as coisas acontecessem como aconteceram com ele. Longe de mim querer estragar surpresas, mas o título da obra em inglês é bem sugestivo!
"Li que o raio é uma carga negativa que vem da fricção carregada pelas nuvens. Já que os opostos se atraem, quero pensar que ele estava tão positivo no momento em que morreu - tão feliz - que acabou atraindo o raio. Não sei se isso é possível, mas é nisso que eu acredito."
Não sei se esse livro terá o mesmo impacto em vocês do que teve pra mim, afinal, eu sou uma grande fã do autor e acompanho vida e carreira dele o suficiente para saber que as experiências vividas pelo personagem principal são uma analogia total à forma como as coisas aconteceram com ele, que tudo equivale aos seus medos e às suas vontades. Assisti o filme todo decifrando esses momentos, fazendo as devidas comparações e é como se o desfecho desse um tapa na minha cara. Afinal, se o livro é uma analogia e aquilo aconteceu com o Carson, por sorte, Chris Colfer teve a perseverança e a sorte necessária para realizar os seus sonhos. Sou grata a esses detalhes todos os dias!

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2 comentários

  1. Oi, Dani! Tudo bem?
    Não conhecia o filme nem o livro, mas me interessei bastante pela temática abordada. A ideia de criar a revista e chantagear quem antes zombava do personagem, é muito legal. Fiquei pensando se Carson tomou as decisões certas e agiu como deveria. E os dramas familiares devem dar um 'tcham' a mais para toda a história. Vou procurar mais sobre ambos.

    Beijinhos e obrigada pela dica maravilhosa =)
    Blog Procurei em Sonhos

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  2. Olá, Dani
    Tudo bem?
    Adorei a resenha, até porque não conhecia o livro, adorei conhecer filme novo hahaha você vem sempre com livros ótimos, adoro as dicas!!
    Beijos*-*
    Território das Garotas

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